17 julho 2011

A Sociedade do Dojo e os Grupos de Capoeira - parte 1


Como podemos alavancar socialmente a prática do Dojo por meio do desenvolvimento do sistema de reconhecimento de mérito nas comunidades de Dojo, e o que podemos aprender com a história da Capoeira que possa nos auxliar nessa reflexão?
A sociedade está passando por um choque. O nosso sistema educacional retrógrado não serve mais para sociedade em rede. Ficar sentado numa cadeira desconfortável tentando prestar atenção a uma palestra chata pra depois decorar tudo em casa e responder a uma prova que não prova nada no fim do mês não é mais uma opção.

Mestre Pastinha
Manter um Coding-Dojo nos últimos anos me ensinou muita coisa. Bem mais do que aquilo que pretendíamos aprender codando (o que já foi coisa pra caramba!) O Dojo é uma metodologia educacional muito mais afim com a dinâmica do mundo novo. 

O ambiente participativo, onde todos são iguais e têm a permissão de errar; onde o exemplo substitui a autoridade do professor e a mão na massa substitui a explicação teórica; onde a prática deliberada e a curiosidade do grupo regem a ementa e o currículo - é esse o ambiente de aprendizado do Dojo e é o tipo de coisa que deve orientar a educação do século 21.

Mas essa forma orgânica e holística de aprendizado se choca diretamente com o modo ocidental de ver o mundo. Quando uma pessoa escolhe fazer uma pós graduação (cara, chata, noturna - depois do expediente de trabalho, já cansado - onde ela reconhece que vai aprender muito pouco) ao invés de participar da reunião semanal do Dojo (onde vamos comer pizza e rir um bocado, de graça, e aprender muuuuuito mais), nesse momento o sonho frágil é silenciosamente sufocado pela tradição estúpida da escola pós-industrial.

Ainda que as pessoas sejam apaixonadas pela visão de educação do Dojo, elas acabam optando pelo diploma! O dia só tem 24 horas, então as faculdades privadas medíocres se proliferam e a reuniões de Dojo seguem vazias. É triste =(

Mas não dá pra mudar o mundo todo de uma vez. Temos que pensar globalmente, mas agir localmente. Pode parecer meio ridículo, mas alguém tem que se permitir ser um pouco ridículo, senão a gente paralisa.

A idéia dessa série de posts que inicia aqui é apresentar pouco a pouco o manifesto que tentei proferir na AgileBrazil2011. Vou tentar degustar essa escrita aqui aos domingos de manhã.

Se estiver afim de discutir a respeito, acho que a lista de email  que criamos é mais apropriada que os comentários do blog.


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